terça-feira, 14 de novembro de 2006

PERDER, GANHAR, VIVER!!

Ninguém está preparado para a derrota. Mas ela é um instrumento de renovação da vida.Chego à conclusão de que a derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da vida. Tanto quanto a vitória, estabelece o jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de novo.
Certamente, fizemos tudo para ganhar este caprichoso jogo . Mas será suficiente fazer tudo, e exigir da sorte um resultado infalível? Não é mais sensato atribuir ao acaso, ao imponderável, até mesmo ao absurdo, um poder de transformação das coisas, capaz de anular os cálculos mais científicos?Em peleja de igual para igual, a sorte não nos contemplou. Paciência, não vamos transformar em desastre ,o que foi apenas uma experiência, como tantas outras, da volubilidade das coisas. Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos ou adquirimos, na maioria das cabeças, o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida.
Não somos invencíveis. Também não somos uns pobres diabos que jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com tendência a evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na cabeça de todos vocês, e dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria enfático e meio "sem jeito". Mas o gesto vale por tudo, e bem o compreendemos em sua doçura solidária. Ora, o treinador! Ora, os atletas! Ora, a sorte! perdemos o jogo, mas o mundo não acabou. Nem o campeonato, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos.E agora, amigos, que tal a gente começar a trabalhar, que no próximo fim de semana há outra jornada e queremos ganhar.